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JOVEM RICO, UMA COISA TE FALTA ?


Quando Jesus ia saindo, um homem correu em sua direção e se pôs de joelhos diante dele e lhe perguntou: "Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? (Marcos 10:17)

Jesus olhou para ele e o amou. "Falta uma coisa para você", disse ele. "Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me."
 
Assim se expressa Vieira em seu sermão do bom ladrão. Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.
Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno. Esta pequena introdução serviu para que Vieira manejasse os seus dardos contra aquele auditório repleto pela nobreza. E continuou enfático:A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se perdoa sem se restituir o roubado:

Suposta esta primeira verdade, certa e infalível; a segunda verdade é a restituição do alheio sob pena de salvação, não só obrigando aos súditos e particulares, senão também aos cetros e as coroas. Cuidam ou deveriam cuidar alguns príncipes, que assim como são superiores a todos, assim são senhores de tudo; e é engano. A lei da restituição é lei natural e lei divina. Enquanto lei natural obriga aos reis, porque a natureza fez iguais a todos; enquanto lei divina também os obriga; porque Deus, que os fez maiores que os outros, é maior que eles.

Estribado no pensamento filosófico de Santo Tomás de Aquino, de que os príncipes são obrigados a devolver o que tiram de seus súditos, sem ser para a preservação do bem da coletividade, lembrou Vieira terem sido punidos com o cativeiro dos assírios e dos babilônios os reinos de Israel e Judá, porquanto os seus príncipes, em vez de tomarem conta do povo como pastores roubavam o povo como lobos:

Mas voltando ao texto escrito do evangelista Marcos que nos diz:
 
Respondeu-lhe Jesus: "Por que você me chama bom? Ninguém é bom a não ser um, que é Deus.Você conhece os mandamentos: 'Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe'".(Mc. 10:18-19)

AS COISAS QUE SOBEJAVAM NO JOVEM RICO;

1. A sua religiosidade -- era clara como a luz do dia. Logo de entrada ele recebe a Cristo se ajoelha aos seus pés e o chama de "Bom Mestre", e lhe pergunta; Bom Mestre o que devo fazer para herdar a vida eterna. Ele conhecia os mandamentos de cor.

2. A sua riqueza-- estava sobrando e muito, pois o texto nos diz que ele era muito rico. Podemos compará-lo a  um Silvio Santos, a um bispo Macedo etc.

3. A sua saúde - Coisa que sobrava na vida do jovem rico era a boa saúde, ele era um homem saudável, ele não pede nada a Jesus Cristo, como o faziam a maioria das pessoas em seu tempo, que eram atormentados de todas a doenças, eram cegos, paralíticos, coxos, leprosos, endemoninhados, lunáticos etc. Mas esse jovem não tinha nada disso, era saudável.

4. O seu conhecimento bíblico - Uma coisa que o jovem tinha que lhe sobejava na vida era o conhecimento bíblico.  E quando Jesus lhe pergunta sabes os mandamentos não matarás, não furtarás, não adulterarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe etc. No que ele respondeu; Mestre tudo isso tenho observado desde a minha juventude. 

Mas uma coisa te falta, uma coisa:  Vai vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus;

Jesus entrou em Jericó e atravessava a cidade. Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão. Conforme nos escreve o evangelista Lucas.
Zaqueu um homem de pequena estatura, um anão, ele chefe da coletoria romana. E asssim os judeus os chamavam de traidores do povo, e o nome pejorapivo que lhe concediam era "publicanos" Mas, ele surprendeu a todos os convidados em sua casa e disse a Jesus Cristo, Mestre, eu resolvo hoje, dar metade dos meus bens aos pobres, e se tenho defraudado alguém, eu resolvo devolver, quatro vezes mais. Essa era a lei romana aplicada na restituição dos bens e dinheiro, à aquele que era defraudado.

Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: "Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais". Jesus lhe disse: "Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão.
(Luc. 19: 1-3; 8-9)

As coisas que nos faltam nos dias de hoje ao homem moderno;

I. ABANDONAR A IDOLATRIA -- NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM


O significado da palavra ídolo ? Ídolo é uma imagem, ídolo é uma estátua, ídolo é uma marca ou uma logo marca, ídolo é um personagem vivo ou morto que está sendo venerado pelo povo, ou por um país inteiro. E a palavra "ídolo" vem do grego da palavra "Aedolo", e do latim ídolo ou ícone. Que quer dizer a mesma coisa, a pessoa ou ser em evidência, ou imagem em destaque na sociedade, ou em público. E Ídolo também, é tudo aquilo pessoa, ser, imagem, marca ou logomarca que vira um mito para o público e para o grande público em geral. E seu destaque e proeminência social, torna-se um símbolo forte, e vira um ato de veneração pública e um nome que ganha força cada vez mais. E assim vira uma prostração pública e social, de reverência, louvação, ou de doxologia ao ser, ou ao grande ser que chamamos de Deus, supremo Senhor de todo universo etc. 
 
* FEITIÇARIA - E a palavra de feitiçaria, no grego temos a palavra "farmakeía"  ou feitiçaria ou magia que era feita com drogas e outros alucinógenos para iludir dopar a pessoa de sua dor ou como no dizer da medicina em dias de hoje, a pessoa está dopada, ou anestesiada ou enfeitiçada pelas drogas e alucinógenos.
  

A palavra farmakeia seguiu um processo de degeneração no significado. Farmakon é uma droga, e farmakeia é o uso de drogas. Há três etapas no significado da palavra. Farmakeia é usada como uma palavra médica sem o menor mau sentido. Platão fala dos diferentes tipos de tratamento médico; a cauterização, a incisão, o uso de drogas, a privação dos alimentos (Platão:Protágoras 354 A). Dá sua própria opinião de que as doenças não-perigosas nunca devem ser complicadas ainda mais pelo uso de drogas (Platão: Timeu 89 B). A esta altura farmakeia é simplesmente uma palavra médica para uso medicinal das drogas. 

E daí essa mesma palavra começou a ser usada para ilusão da mente no sentido religioso, e desvio do Espírito pela serviço de bruxaria. E assim o apóstolo Paulo usa a mesma palavra de farmakeia para simbolizar o desvio da verdadeira adoração a Deus. Que é o fruto da carne, (Gal. 5:20- 21) E esses são os frutos das obras da carne que militam contra a lei do Espírito. Como podermos conferir abaixo. E essas práticas de  pecados de feitiçarias , bruxarias e idolatria são pecados encadeados, e quem comete um desses pecados de idolatria por exemplo, irá cometer os outros pecados da carne, da feitiçaria e da bruxaria, da prevaricação, da rebelebia a Deus. Como vemos abaixo que esse foi o caso do rei Saul, que se rebelou contra Deus, e passou a praticar o pecado da bruxaria, de feitiçaria, da idolatria etc.

E disse o sacerdote Samuel ao rei Saul: "Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria; a arrogância, como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei". (I Sam. 15:23)
E assim temos muitos ídolos do lar, ídolos do governo, ídolos criados pelos governos, exército e policiais. E que são  mitos sociais e homens conhecidos pela nossa mídia em geral, tais como os matadores de aluguel, e personagens como da TV., e cinema, e personagens tais como Rambo, incrível Hulck, personagens matadores do velho Oeste americano, Zorro e seu cavalo negro, o justiceiro etc.

E ídolos do governo também são personagens do tempo e da nossa história tais como os reis e faraós do antigo Egito, são reis de babilônia tais como Nabucodonosor e sua estátua de veneração etc. 

E ídolos também são criados pelas empresas, tais como os ídolos de novelas, ídolos e astros do cinema, ídolos do clube de futebol, ídolos das empresas, ídolos dos bancos. E citamos aqui  como um exemplo, a coca-cola nos dizem os especialistas e produtores de marketing, que a sua logo-marca vale um milhão de dólares. 

As três grandes instituições e produtoras de ídolos no Brasil e no mundo,


1) E as religiões e igrejas da modernidade, são grandes criadores de ídolos. E ídolos são pessoas e personagens de santos, e ídolos são todos os santos vivos ou santos que estão mortos. No caso aqui da igreja católico romana produziu no mundo muitos ídolos dos nomes de personagens que viraram santos da igreja. E temos muitos dos seus santos que se tornaram ícone e depois se tornaram ídolos, e são santos milagreiros tais como Santos Antonio é chamado de santo casamenteiro, santo e protetor da família. E a santa milagrosa e chamada Nossa Senhora aparecida, e sua imagem localizada em Aparecida do norte. E outro ícone morto morto que virou santo é o chamado de padre Cícero. E são bispos e papas que viraram santos e dizem ter poderes de fazer milagres etc. E são homens milagreiros que são criados pelo espiritismo e conhecidos pela história do Brasil, e homens tais como João de Deus, de Abadiânia em Goiás. Chico Xavier, e seus poderes mediúnicos etc.


2) Os ídolos dos governos -- E assim temos os ídolos do lar, ídolos do governo, ídolos do exército; e homens conhecidos tais como os matadores de aluguel, e personagens como Rambo, incrível Hulck, personagens matadores do velho Oeste americano, justiceiros como Zoro e seu cavalo preto, justiceiro e matador que vem para vingar e matar, e matadores como Trinuty, e seu slogan diz: Deus perdoa, Trinity não, mata. etc. E ídolos que são personagens no tempo e na historia, e são deputados, presidentes, como é o nosso caso Lula, são reis e faraós do antigo Egito, são reis de babilônia tais como Nabucodonosor etc

 II. BUSCAI PRIMEIRO O REINO DOS CÉUS -- BUSCAI A SATISFAÇÃO DO ESPÍRITO

Busca do reino dos céus, buscai pois em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça,e todas essas coisas vos serão acrescentadas. (Mt. 6:33) E depois no capítulo do evangelho de João, Cristo começa falando sobre a sua partida. (Jo.14: 6)


Jesus vai continuar falando de sua partida deste mundo, para outro mundo, para o mundo dos altos céus, e ele sempre fazia essa pergunta intrigante aos seus discípulos quando lhes diz: E vós sabeis o caminho para onde eu vou...? E novamente os seus discípulos lhe dizem: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? E Cristo lhes diz eu sou o caminho, a verdade e a vida.  (João 14:6) 


Mas antes disso Jesus tinha começado o seu sermão sobre a sua partida deste mundo, no capítulo 8 do mesmo evangelho de João. Ele defende a prostituta de ser apedrejada, a perdoa e a despede em paz. E Depois ele vai dizer; Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário terá a luz da vida. (João 8:12) E Jesus vai defender a sua autoridade e diz mais: Eu vou me retirar e vós me procurareis e não me encontrareis. E segue dizendo: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou.

A descoberta da busssola no primeiro século da nossa era, feita para orientar os marinheiros em altos mares.
                                                       Resultado de imagem para quando foi descoberta a bussola 
A bussola foi inventada pelo chineses no século I, a bússola foi um instrumento muito importante na orientação para os navegadores de navios dos mares, na era dos Descobrimentos. Foi um dos instrumentos de navegação, talvez o mais importante nessa época. Ela foi aprimorada com o decorrer dos anos. E hoje consiste em uma caixa com uma agulha magnetizada ao meio, que aponta para o ponto cardeal Norte -- Sul. Hoje em dia temos os nossos mais modernos equipamento de estudo, pelo o GPS, e outros instrumentos de sonda dos altos céus. 
 
 E vós abeis o caminho do reino dos céus?
A Nasa uma empresa norte americana de pesquisas, e chamada de pesquisas aeroespaciais. E estuda e sonda os céus, pesquisa os altos céus, o céu visível, o céu invisível, o céu profundo, faz mapeamento, envia sondas aos planetas do nosso sistema solar. E ainda envia missões tripuladas com experiências dos seres humanos dentro de cápsulas de pesquisa, ou foguetes tripulados etc. 


Mas a nossa grande procura, e nossa maior preocupação, sempre foi pelas riquezas deste mundo, e o nosso provimento pelo ouro, pela prata, pelo dinheiro, pelo sexo, pela fama, pela autoridade, pela grandeza etc. E no livro de Mateus em (Mt.6:31) E por isso Jesus Cristo vai dizer claramente aos seus discípulos; Portanto não vos inquieteis dizendo o que comeremos, o que beberemos, com nos vestiremos, ou onde iremos morar...? E acrescenta porque os gentios (e são os bárbaros, os incrédulos, os materialistas etc.) são eles que procuram estas coisas, pois o vosso Pai celeste sabe de que necessitais destas coisas.  

A busca incessante do reino dos céus em primeiro lugar --- buscai em primeiro lugar o sentido  vida e o sentido da vocação --- buscai a inteligência emocional, buscai a sabedoria dos altos céus. Buscai primeiro lugar o dom do Espírito Santo. Qual é o lado norte de minha vocação. Como eu posso achar-me se estou perdido dentro de mim mesmo, e nem ao menos sei quem eu sou?E não sei achar o caminho, não consigo achar a minha vocação. Não consigo estabilizar-me em nada, o que realmente faz sentido em minha vida? 

Assim questionava o discípulo de Cristo e dizia: Oh Senhor! E nós não sabemos para onde vais e como poderemos saber o caminho? Assim questionava Tomé, e assim questionamos nós a todo tempo. E o apóstolo Tiago (Tg. 1:6) vai nos falar dizendo; homens e mulheres da era atual, são todos de espírito dobre, questionamos tudo e duvidamos de tudo, e perdemos a fé em nosso Senhor. E isso acaba nos fazendo mal, muito mal, e depois caímos em depressão. E daí, vamos orar e não recebemos nada do Senhor, porque não possuímos fé em nosso coração, e nos diz mais o mesmo Tiago apóstolo, pedis e não recebeis, porque pedis mal, pedis para gastardes em vossos deleites em (Tg.4:1-6) 

De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, mas não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. 
Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus. Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes? Texto de Tiago apóstolo em (Tg.4:1-6)

E o apóstolo Paulo vai nos escrever o orientar em sua carta aos Corintios em (I Cort.13:11) Ele vai falar sobre a idade de sua infância, a sua primeira infância, adolescência e idade adulta. E nesse texto ele resume falando. Eu ainda não sei o que eu serei, quando eu era menino, eu pensava como menino, falava como menino, quando cheguei a ser homem, quando eu amadureci, eu deixei de pensar assim, deixei das coisas de menino. Agora sou um homem maduro. Mas ele desabafa a sua igreja aos Coríntios e lhes diz mais claramente; Eu quis dar-lhes algo mais sólido, quando ele voou até o terceiro céu, mas tive que alimentá-los como a meninos em Cristo, porque não irieis suportar essas ideias.  

O começo das grandes navegações e exploração dos mares. A descoberta do novo mundo. Quando Colombo, Navegador genovês (1451-1506). Descobriu as Américas e acabou ligando a Europa ao Novo Mundo. Cristóvão Colombo foi o primeiro homem a comprovar o que muita gente, em sua época, já desconfiava: o mundo, na verdade, tinha uma forma esférica.


E quando Cabral e Cristóvão Colombo descobridores do Brasil e das Américas, viajavam no alto mar constantemente eles se perguntavam nas noite estreladas e perguntavam aos seus marujos experientes nas navegações, para aonde estamos indo? Eles respondiam; Senhor nós não sabemos. E imediatamente Cabral respondia aos seus subordinados, estamos indo a caminho das Índias, estamos na rota do e do paralelo 5.0., e vamos em frente. Ele não possuía certeza, ou tinha somente essas palavras que o animavam; mas ele não tinha certeza de nada, pois tudo isso era teórico. 

E por várias vezes ele tinha pensado em voltar, e várias vezes os marinheiros e seus comandados o ameaçavam jogá-lo nas águas, e afogá-lo na profundeza do mar. Mas ele procurava se manter firme e lhes dizia constantemente, eu sou o caminho, eu sei o que estou fazendo, conheço os mares. E sempre se mantinha firme nessa sua rota e na sua posição, uma posição de fé, uma posição teórica, ele não possuía nada mais para ajudá-lo nessa pesquisa --- , não tinha máquinas, equipamentos de localização, GPS nem pensar, não tinha apoio nenhum, apenas um velho mapa que era feito a mão, e tinha a bússola de localização que apenas apontava para o ponto cardeal norte e sul. E nessa época dos anos de 1482, e chamada de era das grandes navegações dos mares e descobertas de novas terras e novos mundos. 


Mas o que significa fazer uma boa busca? Uma boa busca do reino dos céus. Uma busca pela justiça?





O Sermão do Bom Ladrão, foi escrito em 1655, pelo Padre Antônio Vieira. Ele proferiu este sermão na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), perante D. João IV e sua corte. Lá também estavam os maiores dignitários do reino, juízes, ministros e conselheiros.
Observa-se que em num lance profético que mostra o seu profundo entendimento sobre os problemas do Brasil – ele ataca e critica aqueles que se valiam da máquina pública para enriquecer ilicitamente. Denuncia escândalos no governo, riquezas ilícitas, venalidades de gestões fraudulentas e, indignado, a desproporcionalidade das punições, com a exceção óbvia dos mandatários do século 17.
Vieira usou o púlpito como arauto das aspirações públicas, à guisa de uma imprensa ou de uma tribuna política. Embora estivesse na Igreja da Misericórdia, disse ser a Capela Real e não aquela Igreja o local que mais se ajustava a seu discurso, porque iria falar de assuntos pertinentes à sua Majestade e não à piedade.
O padre adverte aos reis quanto ao pecado da corrupção passiva/ativa, pela cumplicidade do silêncio permissivo. O sermão apresenta uma visão crítica sobre o comportamento imoral da nobreza, da época.
Eis alguns fragmentos:
Levarem os reis consigo ao paraíso os ladrões, não só não é companhia indecente, mas ação tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei.
Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é, em vez de os reis levaram consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno.

Esta pequena introdução serviu para que Vieira manejasse os seus dardos contra aquele auditório repleto pela nobreza. E continuou enfático:
A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado não se perdoa sem se restituir o roubado: Non dimittitur peccatum nisi restituatur ablatum.
Suposta esta primeira verdade, certa e infalível; a segunda verdade é a restituição do alheio sob pena de salvação, não só obrigando aos súditos e particulares, senão também aos cetros e as coroas. Cuidam ou deveriam cuidar alguns príncipes, que assim como são superiores a todos, assim são senhores de tudo; e é engano. A lei da restituição é lei natural e lei divina. Enquanto lei natural obriga aos reis, porque a natureza fez iguais a todos; enquanto lei divina também os obriga; porque Deus, que os fez maiores que os outros, é maior que eles.
Estribado no pensamento filosófico de Santo Tomás de Aquino, de que os príncipes são obrigados a devolver o que tiram de seus súditos, sem ser para a preservação do bem da coletividade, lembrou Vieira terem sido punidos com o cativeiro dos assírios e dos babilônios os reinos de Israel e Judá, porquanto os seus príncipes, em vez de tomarem conta do povo como pastores roubavam o povo como lobos: "Principes ejus in medio illius, quasi lupi rapientes praedam” (Ezech. XXII, 27).
Invocando o pensamento de Santo Agostinho, mostrou a diferença entre os reinos, onde se comprovam opressões e injustiças, e as covas dos ladrões: naqueles os latrocínios ou as ladroeiras são enormes; nestes os covis dos ladrões representam-se por reinos pequenos, e comprova essa afirmação narrando de uma passagem histórica com Alexandre Magno:
Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre de andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco ponem latronem, et piratam quo regem animum latronis et piratae habentem. Se o rei de Macedônia, ou de qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata; o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome.
Quando li isto em Sêneca não me admirei tanto de que um estóico se atrevesse uma tal sentença em Roma, reinando nela Nero. O que mais me admirou e quase envergonhou, foi que os nosso oradores evangélicos em tempo de príncipes católicos e timoratos, ou para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma doutrina.

Prosseguindo ainda nessas considerações, lança verrinas contra os poderosos:
O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.
Diógenes que tudo via com mais aguda vista que os outros homens viu que uma grande tropa de varas e ministros da justiça levava a enforcar uns ladrões e começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos... Quantas vezes se viu em Roma a enforcar o ladrão por ter roubado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo, um cônsul, ou ditador por ter roubado uma província?... De Seronato disse com discreta contraposição Sidônio Apolinário: Nom cessat simul furta, vel punire, vel facere. Seronato está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos, e em os fazer. Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os ladrões do mundo para roubar ele só! Declarando assim por palavras não minhas, senão de muito bons autores, quão honrados e autorizados sejam os ladrões de que falo, estes são os que disse, e digo levam consigo os reis ao inferno.

Novamente Vieira vai invocar as palavras de Santo Tomás de Aquino:
(...) aquele que tem obrigação de impedir que se furte, se o não impediu, fica obrigado a restituir o que se furtou. E até os príncipes que por sua culpa deixaram crescer os ladrões, são obrigados à restituição; porquanto as rendas com que os povos os servem e assistem são como estipêndios instituídos e consignados por eles, para que os príncipes os guardem e mantenham com justiça.
Imprimindo uma faceta satírica e anedótica, Vieira comenta o seguinte episódio:
Dom Fulano (diz a piedade bem intencionada) é um fidalgo pobre, dê-se-lhe um governo. E quantas impiedades, ou advertidas ou não, se contêm nesta piedade? Se é pobre, dê-lhe uma esmola honesta com o nome de tença, e tenha com que viver. Mas, porque é pobre, um governo, para que vá desempobrecer à custa dos que governar; e para que vá fazer muitos pobres à conta de tornar muito rico?!
Numa outra parte, ao comentar as investidas portuguesas na Índia, fala sobre a informação de São Francisco Xavier a D. João III, quando aquele santo denunciava que naquela região, bem assim em outras, os responsáveis pela administração pública conjugavam o verbo rapio em dos os modos.
Escreveu Vieira:
O que eu posso acrescentar pela experiência que tenho é que não só do Cabo da Boa Esperança para lá, mas também da parte de aquém, se usa igualmente a mesma conjugação. Conjugam por todos os modos o verbo rapio, não falando em outros novos e esquisitos, que não conhecem Donato nem Despautério (a). Tanto que lá chegam começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos, é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o misto e mero império, todo ele aplicam despoticamente às execuções da rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quanto lhes mandam; e para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem; e gabando as coisas desejadas aos donos delas por cortesia, sem vontade as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito; e basta só que ajuntem a sua graça, para serem, quando menos, meeiros na ganância. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem, e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinito, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes, em que se vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas; porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados e as terceiras quantas para isso têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque o presente (que é o seu tempo) colhem quanto dá de si o triênio; e para incluírem no presente o pretérito e o futuro, de pretérito desenterram crimes, de que vendem perdões e dívidas esquecidas, de que as pagam inteiramente; e do futuro empenham as rendas, e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos. Finalmente nos mesmos tempos não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma, o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados e ricos: e elas ficam roubadas e consumidas... Assim se tiram da Índia quinhentos mil cruzados, da Angola, duzentos, do Brasil, trezentos, e até do pobre Maranhão, mais do que vale todo ele.
Com coragem e convicção, aponta o seu verbo ao rei de corpo presente:
Antigamente os que assistiam ao lado dos príncipes chamavam-se laterones. E depois, corrompendo-se este vocábulo, como afirma Marco Varro, chamaram-se latrones. E que seria se assim como se corrompeu o vocábulo, se corrompessem também os que o mesmo vocábulo significa? O que só digo e sei, por teologia certa, é que em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: Principes tui socii rurum: os teus príncipes são companheiros dos ladrões. E por que? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo.
Onde encontrar, a não ser num Santo Ambrósio, num São Bernardino de Sena ou num Savanarola, outra voz que terrivelmente assim bradasse perante el-rei conivente de algum modo com as malversações de seus súditos, registrando o pregador, noutro sermão, não se haver sem motivo observado que enquanto os magnetes atraem o ferro, os magnatas atraem o ouro?
O que costumam furtar nestes ofícios e governos os ladrões de que falamos ou é a fazenda real ou a dos particulares; e uma e outra têm obrigação de restituir depois de roubada, não só os ladrões que a roubaram, senão também os reis; ou seja, porque dissimularam e consentiram os furtos, quando se faziam, ou somente (que isso basta) por serem sabedores deles depois de feitos. E aqui se deve advertir uma notável diferença (em que se não repara) entre a fazenda dos reis a e dos particulares. Os particulares, se lhes roubam a sua fazenda, não só não são obrigados a restituição, antes terão nisso grande merecimento se o levarem com paciência; e podem perdoar o furto a quem os roubou. Os reis são de muito pior condição nesta parte: porque, depois de roubados têm eles obrigação de restituir a própria fazenda roubada, nem a podem demitir, ou perdoar aos que roubaram. A razão da diferença é, porque a fazenda do particular é sua; a do rei não é sua, senão da república. E assim como o depositário, ou tutor, não pode deixar alienar a fazenda que lhe está encomendada e teria obrigação de a restituir, assim tem a mesma obrigação o rei que é tutor e como depositário dos bens e erário da república; a qual seria obrigado a gravar com novos tributos, se deixasse alienar ou perder as suas rendas ordinárias.
Rei dos reis e Senhor dos senhores, que morreste entre dois ladrões para pagar o furto do primeiro ladrão; e o primeiro a quem prometeste o paraíso foi outro ladrão; para que os ladrões e os reis se salvem, ensinai com vosso exemplo e inspirai com vossa graça a todos os reis, que não elegendo, nem dissimulando, nem consentindo, nem aumentando ladrões, de tal maneira impeçam os furtos futuros e façam restituir os passados, que em lugar de os ladrões os levarem consigo, como levam, ao inferno, levem eles consigo os ladrões ao paraíso, como vós fizestes hoje: Hodie mecum eris in paradiso.


Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/sermao_do_bom_ladrao
O Sermão do Bom Ladrão, foi escrito em 1655, pelo Padre Antônio Vieira. Ele proferiu este sermão na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), perante D. João IV e sua corte. Lá também estavam os maiores dignitários do reino, juízes, ministros e conselheiros.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/sermao_do_bom_ladrao

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REFLECTIONS OF MY LIFE 3

NOVA JERUSALÉM É MEDIDA E PROJETADA

A visão do profeta Ezequiel ao povo de Israel antigo, a igreja do velho testamento, a igreja que volta do cativeiro babilônico em 485 AC., aproximadamente: Nova Jerusalém é medida e projetada pela engenharia celeste. No livro de Ezequiel o profeta é ao mesmo tempo capelão de guerra, acompanhava o povo nos campos de concentração de babilônia. E agora ele estava junto deles no local chamado de rio Quebar, conforme nos confirma o salmo 137. E nos capítulos de (Ez.40-47) está registrado um fato curioso; era o novo projeto divino para a cidade. E quando o povo de Israel antigo estava se preparando para retornar a sua terra natal de Israel por volta do ano 485 AC.; e logo após seu longo cativeiro babilônico; foi um século de escravidão aproximado. E parece que agora o povo tinha aprendido mais uma grande lição vinda do Senhor; Mas será que agora eles aprenderiam a lição?A obediência aos divinos mandamentos? E que o Senhor não era propriedade exclusiva dos velhos judeus? E que

ADORAÇÃO A DEUS -- IDOLATRIA MODERNA

O pecado de nossa sociedade contra o primeiro mandamento, o segundo e o terceiro mandamento da lei de Deus.  O grave pecado da nossa geração está na idolatria, feitiçaria e bruxaria... e por incrível que pareça tem o aval e o consentimento de muitas de nossas grandes e tradicionais I grejas   da atualidade. E assim muitas de nossas grandes Igrejas estão aborrecendo a Deus com tais práticas. E estamos ofendendo gravemente a Deus nos três primeiros mandamentos da lei de Deus conforme está escrito no livro de Êxodo em (Ex.20: 3-20) E para agravar as coisas estamos usando e tomando o nome de Deus em vão; é a lei do terceiro mandamento que nos diz: Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão. 1) Primeiro  Mandamento nos diz: Não terás outros deuses diante de mim.  2. Segundo Mandamento nos diz: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.  Não te encurvarás a elas nem

MASSARANDUBA - TEMPO DE INFÂNCIA

Naquele tempo não se tinha pressa, eram contos, casos e conversas na varanda da casa sem fim... Oh Senhor! Tu  tens  sido  o  nosso  refúgio  de  Geração  em  geração, antes  que  os  montes nascessem  e  se  formassem  a  terra  e   o  mundo de eternidade  a  eternidade  tu  és  Deus (salmo 90:1-2) Foto  abaixo  família  Czaplinski  e Odwazny  reunida  em  outubro/ 85. Foto familia Czaplinski reunida em outubro de 85 - Da esquerda para direita; tio Vadek( falecido) depois Vem eu  e  Minha filha Ellen (2 anos) Depois em seguida  vem o meu velho e saudoso pai seu Estanismau (Stachek) apelido - Já Falecido em 86. Depois vem meu Irmão Felipe vivo, Depois vem a minha irmã Lúcia com o meu filho ao colo Károl Aleckson e por fim o último, vem o tio Júlio. Sou Nascido em Blumenau - Terra da Bela  e Santa Catarina! Sou  Czaplinski, fui criado em  casa  dos avós  Odwazny. Avós de  família  por  parte de  minha  mãe. Relembro com saudades de meu pai e mãe:  Do tempo em qu